terça-feira, 19 de agosto de 2014

The Old Weird - Capítulo 35 - Final

                                                          " Eu quero te ter no meu mundo não só hoje
                                                                   mas por mil anos se for preciso."
                                                                           -pumaflango. 
- Sei que desculpas não valem nada mas meu amor vale. - Falei e ela continuou olhando para o céu.
- Que amor? Pra mim amor é algo que vem na cabeça de cada um de nós, nada disso é real Matthew. - Não havia sentimento nenhum nas palavras dela nem ódio, nem desprezo, nem preocupação, muito menos amor.
- Você só tá dificultando mais, eu te amo e eu faço o que for preciso pra te ter comigo pra sempre não faz isso comigo.
- Eu fazer isso com você? Fazer exatamente o que ? Te fazer ficar com o mesmo papel que eu fiquei mais cedo? Ficar implorando pra explicar uma coisa que você tá pouco se fudendo? Matthew eu cansei disso. 
- Me dá só mais uma chance, eu prometo, não. - Pensei melhor. - Eu juro. Juro, que nunca mais você vai passar por nada disso, eu juro te fazer a pessoa mais feliz desse mundo, me dê sua confiança pela ultima vez e me permite te guiar pelo mundo, te guiar pelo mundo como minha namorada, te guiar pelo meu mundo, pelo nosso mundo.
Amanda's POV
Vi pessoas entrando no quarto e eu tentei expulsá-los mas tudo era em vão, eu implorava pra Deus acabar com aquilo, quando eu era a estranha, eu não sofria igual eu sofro agora então o que eu mais queria era voltar no tempo, ter minha mãe, não ter uma irmã nem um pai, eu daria o que fosse preciso pra ter minha antiga vida de volta.
Quando finalmente todos saíram do quarto me joguei na cama e desabei, tudo o que eu guardava eu coloquei pra fora, senti o vomito subindo pela garganta então corri pro banheiro e comecei a vomitar descontroladamente e isso porque haviam algumas horas que eu não comia nada, logo senti-me fraca e tonta então voltei pro quarto e me sentei na cama, meu corpo doia então me deitei na cama e adormeci.
[...]
Acordei com batidas na porta.
- VAI EMBORA. - Gritei.
- Amanda? O que aconteceu? - Era a voz da Virgínia do outro lado da porta. - Você tá bem?
- Virgínia? - Perguntei e me levantei mas minhas bernas ficaram bambas e eu cai no chão de joelhos.
- Amanda? - A maçaneta da porta girava freneticamente. - Amanda, abre a porta.
- Eu... - Foi a ultima coisa que eu disse antes de minha vista ficar preta e eu desmaiar depois disso eu não vi mais nada.
Virgínia's POV
-AMANDA POR FAVOR ABRE A PORTA. - Eu gritava mas ela não respondia, eu não escutava nenhum movimento dentro do quarto o silêncio reinava. Peguei meu celular e minhas mãos tremiam.
"10 chamadas não atendidas" Era o que aparecia no visor, todas da Amanda, liguei pra Julie depois da terceira tentativa ela me atendeu.
- Julie, vem aqui no quarto agora eu preciso da sua chave. - Falei ao telefone.
- Mas e a sua? Virgínia aconteceu alguma coisa? - Ela perguntou.
- Minha chave eu não peguei, só vem aqui rápido depois eu te explico.
- Tá bom já tô chegando. - Desliguei o celular e fiquei esperando, depois de alguns minutos ela apareceu e destrancou a porta, a Amanda estava deitada no chão provavelmente desmaiada.
- Amanda. - Corri até ela e me ajoelhei ao lado dela, a sacudi e nada dela acordar. - Amanda acorda.
- Tudo culpa do Carter. - Julie sussurrou mas escutei claramente.
- O que? Como assim? O que o Carter fez agora? - Perguntei assustada.
- Você tinha sumido então o Carter foi falar pro Matt te procurar mas ele sumiu também, quando a Amanda entrou no quarto dele, a Mirella e ele estavam aos beijos.
- Eu vou matar aquele desgraçado. - Me levantei e ia saindo pela porta.
- ESPERA, ela ta acordando olha. - Julie me falou e eu corri até ela. Vi suas pálpebras se mexendo, logo ela abriu os olhos e vi suas pupilas dilatadas e a íris mais clara que o normal.
- Amanda. - A puxei pro meu colo. - Ju, pega a garrafa de água aí pra mim. - Direcionei meu olhar pra garrafa atrás dela. Ela a pegou e me entregou, coloquei um pouco de água na boca da Amanda que engasgou um pouco mas depois bebeu-a normalmente. - Você tá melhor?
- S-sim. - Ela falou baixo e gaguejando.
- Você precisar comer. - Falei e a ajudei a levantar, ela se apoiou em mim e eu a coloquei deitada na cama mas com o travesseiro mais alto.
- Eu vou lá em baixo tentar trazer comida pra ela. - Julie ofereceu.
- Tome o maior cuidado possível Ju, e não deixa ninguém ficar sabendo.
- Tá bom. - Ela assentiu e eu me sentei na cama ao lado da Amanda.
- O que aconteceu?  - Perguntei.
- Eu não sei eu só... eu fiquei com vontade de vomitar então corri pro banheiro e depois disso eu me lembro de ficar tonta então eu me deitei e dormi depois acordei com você batendo na porta, eu fui me levantar pra abrir mas eu cai e tudo ficou preto. - Ela falava suavemente.
- Você tá muito fraca. - Ela assentiu com a cabeça e fechou seus olhos novamente.
Julie's POV
Assim que sai do quarto entrei no elevador e apertei para ir pro primeiro andar, esperei impaciente eu realmente estava muito preocupada com ela. Depois alguns minutos finalmente o elevador parou e então eu fui correndo até onde todos jantavam. entrei na fila e peguei um prato e fui colocando as comidas que tinham pela frente, na hora de sair eu fui andando pro rumo do elevador mas uma pessoa parou na minha frente me fazendo quase derrubar o prato no chão.
- Onde você pensa que vai? - Taylor me perguntou e eu apenas revirei os olhos e fui pro outro lado pra poder passar por ele mas ele novamente entrou na minha frente. - Enquanto você não me responder não vou te deixar sair daqui.
- Eu...eu só queria comer no meu quarto, porque? Não posso? - Tentei soar o mais verdadeiro possível.
- Mas você tava comendo agora mesmo na mesa com a gente, isso não cola Ju.
- Eu tenho fome não sabia? E antes de eu terminar de comer eu tive que ir encontrar a Virgínia e então não deu pra acabar de comer, ah foda-se eu não devo satisfações pra você. - Desviei dele esbarrando em seu ombro.
- Hm, então eu posso te acompanhar já que você não tá me escondendo nada ne? 
- NÃO! Quer dizer, não eu não preciso da sua companhia eu sei muito bem o caminho pro meu quarto sabia?
- Mas eu tô afim de te acompanhar. - Ele sorriu e eu vi que não havia escolha a não ser contar pra ele.
- Tô vendo que você só vai atrapalhar se eu não te contar então vamos logo. - Entrei no elevador e ele entrou atrás de mim, expliquei pra ele toda a história que ficava boquiaberto a cada palavra que eu falava.
- Nossa. - Por fim ele falou.
- Poisé. - Finalmente o elevador parou e entramos rápidos no corredor e abrimos a porta do quarto, a Amanda estava deitada na cama dormindo e a Virgínia sentada ao lado dela segurando sua mão.
- O que você tá fazendo aqui Taylor? - Fez-se um silêncio. - Julie, eu não te pedi pra não falar pra ninguém?
- A culpa foi minha mão dela, eu vi ela saindo com um prato de comida do restaurante e ela não teve escolha a não ser me contar e eu posso ajudar.
- Ajudar com o que? - Ela perguntou brava mas pegando o prato das minhas mãos.
- Eu posso sei lá acobertar vocês pros meninos, sei que de alguma forma eu posso ajudar. - Eu nunca vi o Taylor daquele jeito, ele realmente se importava muito com ela.
- Tanto faz. - Virgínia falou e acordou a Amanda que começou a comer.
[...]
Amanda's POV
Acordei com minha cabeça latejando de dor eu não conseguia nem pensar direito, tentei lembrar da noite passada mas nada vinha a minha cabeça direito só alguns flash's, pra falar a verdade depois que eu vi o Carter e a Mirella aos beijos eu não consigo me lembrar de mais nada. Tudo ficou tão... confuso. Me sentei na cama e vi que as meninas dormiam nas camas ao lado. Eu estava de pijama então peguei meu roupão e o vesti, fui até a sacada e escorei meus braços na grade observando tudo.
- Eai? Tá melhor? - Escutei uma voz rouca sussurrando no quarto. Olhei pra trás e vi que as meninas permaneciam dormindo então olhei melhor pra cama da Julie e vi que o Taylor estava acordado.
- Na verdade - Olhei pras nuvens. - eu não consigo me lembrar de quase nada.
- Então você não se lembra do que aconteceu com o Carter. 
- Isso eu me lembro, infelizmente. - Dei uma pausa. - Eu acho. - Ele se levantou da cama e foi até onde eu estava, passou um dos braços em volta do meu pescoço e depositou um beijo na minha bochecha me fazendo sorrir fraco.
-Eu tô aqui pro que você precisar baixinha. - Assenti com a cabeça.
- Eu preciso fazer uma coisa, se as meninas acordarem e perguntarem onde eu tô fala que eu fui dar uma volta. - Falei indo em direção ao banheiro. O vi assentindo e fechei a porta, tomei uma ducha, assim que sai vesti uma calça jeans, uma blusa preta da Nirvana, coloquei um sneaker preto e coloquei uma touca na cabeça, meus cabelos estavam um pouco encaracolados nas pontas. 
Quando sai do banheiro as meninas continuavam dormindo e o Taylor já não estava mais lá. Peguei meu celular e sai do quarto, olhei no corredor e estava vazio, quando olhei no visor do meu celular haviam centenas de ligações e mensagens, as ignorei e fui andando até o saguão e me sentei em uma poltrona na recepção. Procurei o número do Crawford na agenda e então liguei pra ele.
- Crawford? - Perguntei.
- Eu sim, Amanda? - Sua voz estava rouca e preguiçosa.
- Isso. Tem como você ligar pro Christian e marcar aquele encontro pra agora? 
- Tem, mas você não vai sozinha vai?
- Não. - Menti.
- Vou ligar pra ele e já te ligo de volta. - Ele falou.
- Tá. - Desliguei.
FIquei batucando meus dedos no braço do sofá até ele me ligar de volta.
- Amanda, ele me disse onde encontrar ele. - Ele me explicou o endereço que eu anotei em um papel que eu havia pedido a moça da recepção.
- Obrigada Crawford.
- De nada. - Desliguei o celular e fui até a frente do hotel, e fiquei esperando um táxi, logo que avistei um fiz sinal pra ele parar e então ele parou, entrei e entreguei o endereço do papel pra ele.
- O que uma moça como você está fazendo indo sozinha pra um lugar desses sozinha e a essa hora da manhã? - O Taxista me perguntou.
- Eu vou encontrar uma pessoa. - Falei.
- Entendo. - Ele falou e se calou. Depois de uns 10 minutos chegamos ao lugar, era uma casa grande e velha que aparentava ser abandonada. - Tem certeza que não quer que eu a espere? 
- Não precisa. - Entreguei o dinheiro a ele que deu partida no carro e saiu.
Força Amanda, não vai acontecer nada de ruim, não agora uma voz falava dentro de mim e essa voz parecia com o voz da minha mãe. Inspirei e olhei no visor do meu celular ainda faltavam 5 minutos pro horário marcado, entrei no quintal da casa abandonada olhando em volta pra ver se eu via alguém e nada. Continuei andando até chegar à porta que estava um pouco aberta a empurrei e entrei, quando pisei dentro da casa uma tábua rangeu, fui andando dentro da casa e meus passos ecoavam quando eu pisava no chão de madeira. Dentro da casa havia uma pintura vermelha e branca descascada, fiquei imaginando aquela casa quando era mobiliada e haviam pessoas morando lá deveria ser linda. Continuei andando até chegar a um lugar que deveria ser a cozinha, o ar de lá cheirava a mofo, queimado e algo em decomposição talvez comida. Fiquei pensando, talvez alguma parte daquela casa foi incendiada devido ao cheiro de algo queimado que ainda era forte no ar, mas aquela casa parecia ter sido abandonada por anos, talvez décadas. Andei até um lugar que parecia um balcão mas estava caído, assim que olhei pra baixo senti a bile subindo na minha garganta me provocando ânsia de vômito, haviam vários vermes no que parecia ser uma carne apodrecida, cobrida por uma lona de plástico preta, olhei novamente mas dessa vez retirei a lona usando os pés e me surpreendi com aquilo, não era uma carne comum, era o corpo de uma pessoa. Me assustei com aquilo e fui dando passos pra trás até encostar em alguém, me virei rapidamente e vi o rosto do Christian.
- Olha só quem esta aqui. - Ele falou irônico e se encostando na parede.
- Christian. - Sussurrei.
- Então você agora é amiga do meu irmãozinho? Eu já deveria imaginar. - Ele desencostou da parede e estava vindo pra cima de mim que fui recuando dando passos pra trás até me encostar na parede. Eu não tinha mais saída, eu teria que enfrentá-lo.
- Você.. porque você...- As palavras não estavam saindo mais da minha boca quando ele tocou meu rosto tirando uma mecha de cabelo do meu rosto e colocando atrás da minha orelha, eu recuei minha cabeça oque o fez soltar uma risada abafada.
- Porque eu fiz aquilo? Hum. Diremos que eu fiz por diversão.
- Você é nojento. - Falei peguei o pulso dele e tentei retirar a mão dele do meu rosto mas ele reagiu com um tapa no meu rosto, cai de joelhos no chão enquanto ele ria.
- E você permanece fraca e previsível como sempre. Você realmente achou que ia fazer o que fez comigo e ficar sã daquilo? Ficar livre de mim? 
- Eu...- Tentei falar.
- Você é uma vadia. - Ele sorriu e me pegou pelo pulso me levantando no chão. - Cadê seus amiguinhos que se importam com você? Eles se importam tanto que deixaram você vir até aqui sozinha.
- Eles não sabem que eu vim até aqui. - Tentei soltar meu pulso da mão dele mas foi em vão.
- Então se eles não sabem não vão se importar se você levar o mesmo destino daquele ali não é? - Ele perguntou olhando pro corpo que eu havia visto no chão.
- Se você fizer isso, será um cara morto. - Cuspi na cara dele que soltou meu pulso e desferiu outro tapa na minha cara mas dessa vez permaneci no mesmo lugar que eu estava. - Você é inútil. Só isso que você sabe fazer?- Ele desferiu outro tapa na minha cara e o sangue começou a escorrer da minha boca.
- Olha só pra você, se tornou uma vadiazinha de merda, não a garota que eu fui apaixonado quando eu vi pela primeira vez. - Fiquei confusa. - Quando você entrou naquele colégio eramos pequenos demais pra saber o que era amor, mas você causou uma coisa em mim que eu não sabia ao certo dizer o que era eu só sabia dizer que era algo que eu nunca sentiria igual na vida.
FlashBack ON
Lá estava eu um garotinho que usava aparelho, tinha várias espinhas no rosto tinha um cabelo cobrindo todo o meu olho e estava sentado em um canto da sala olhando para a professora que explicava a matéria. A encarando até ver a porta sendo aberta e eu ver entrar uma garota linda com uma beleza que eu nunca havia visto na vida, com cabelos loiros na altura do ombro, olhos castanhos e uma pele tão branca que parecia neve, ela ficou vermelha assim que entrou na sala, todos começaram a rir da garotinha menos eu que fiquei a encarando enquanto ela ia a uma cadeira vaga da sala, eu fiquei a encarando quando ela se sentou olhou pra mim e percebeu que eu não estava rindo dela mas meus olhos brilhavam e algo dentro de mim acendia, pode se dizer que para um garoto de 10 anos o amor é só algo passageiro ou algo que não existe mas não pra mim, quando eu vi aquela garota ela mexeu com algo dentro de mim, meu coração bateu mais forte e foi ai que eu soube o amor realmente existe.
FlashBack OFF
- Então era você? - Perguntei me lembrando dele.
- Sim era eu. Quando eu fui falar com você na festa eu já sabia quem você era não foi uma garota aleatória que eu escolhi. Mas depois de um tempo aquela garota tímida pela qual eu me apaixonei simplesmente desapareceu e foi substituída por essa daí que só pensa em garotos, sexo, aparência e sabe se la mais o que.
- Você quer realmente saber o porque eu me tornei assim? 
- Porque?
- Porque você me tornou assim. Você por um acaso soube do que aconteceu com a minha mãe depois de eu voltar de viajem? Você sabe de tudo o que aconteceu naquela merda de viajem?  Você realmente se importa com o que minha vida se tornou desde aquele dia pra cá? - Fomos interrompidos por barulhos de sirene, ele me olhou assustado e me puxou pelo braço, sacou um revólver da sua calça e apontou pra minha cabeça.
- Me desculpa mas isso é necessário pro meu próprio bem. - Ele me falou eu tentei me soltar dele mas o revólver se aproximou mais da minha cabeça o que me fez sentir sua ponta fria.
- SOLTE A GAROTA E SE ENTREGUE! - Um homem gritou e percebi que o Christian estava assustado pois sua mão tremia fazendo o revolver tremer também.
- EU NÃO VOU ME ENTREGAR! - Ele gritou de volta.
- OU SOLTE A GAROTA OU NÓS VAMOS ENTRAR E VOCÊ NÃO VAI GOSTAR NADA DISSO.
- ENTREM ENTÃO PORRA.
-3...2...1...
- Me desculpa Amanda. - Ele sussurrou no meu ouvido. E eu chorei baixo aquela seria minha ultima visão, meu ultimo choro, minhas ultimas lágrimas. Fechei meus olhos quando vi que ele ia pressionar o gatilho e então um tiro ecoou pelo cômodo, fiquei pensando, talvez eu já tenha morrido, talvez eu esteja no céu mas não, quando abri meus olhos senti a arma se distanciar da minha cabeça e escutei um barulho no chão, quando olhei pro lado o Christian já não estava mais lá, na verdade estava mas estava jogado no chão com sangue jorrando de sua cabeça, havia sangue se espalhando por toda a madeira, eu tentei correr mas minhas pernas estavam bambas, quando eu tentei correr meu pé virou por conta de eu estar de sneaker e eu fui de encontro ao chão. A ultima coisa de que me lembro foi de bater minha cabeça e tudo ficar preto novamente.
[...]
Quando acordei minha vista estava embaçada, mas eu podia ver que tudo ao meu redor era branco, apertei meus olhos tentando enxergar melhor, sentei-me reta na cama mas uma dor percorria todo o meu corpo.
- Vejo que você acordou. - Uma enfermeira que estava ao lado da minha cama falou. 
- É. - Sorri fraco e minha cabeça doía fortemente.
- Tem algumas pessoas querendo te ver, posso deixá-las entrar? - Assenti com a cabeça e ela saiu. As duas primeiras pessoas que entraram no quarto foram a Virgínia e a Julie.
- Amanda, eu fiquei tão preocupada. - A Virgínia corria até mim com lágrimas no rosto, ela me envolveu em um abraço. Tentei abraçá-la mas a agulha que estava em meu braço atrapalhou.
- Amanda, você nunca mais faça uma loucura dessas tá bom? - Julie falou se sentando ao meu lado na cama. Apenas sorri e concordei com a cabeça. Vi a enfermeira entrando novamente no quarto.
- Será que pode chamar seu namorado aqui? Tenho uma notícia para dar a vocês dois. Bem, se o garoto que morreu não for seu namorado claro, mas caso contrário eu falo aqui mesmo. - Eu estranhei aquilo, será que alguma coisa mais séria aconteceu comigo? As meninas entenderam o recado e saíram do quarto. Vi a porta sendo aberta novamente e o Carter entrando, ele estava com o rosto vermelho e inchado, as olheiras eram fundas em baixo dos seus olhos.
- Amanda eu... antes de tudo me desculpa e eu quero ter a oportunidade de te explicar tudo. - Ele falou assim que entrou.
- Depois a gente conversa. - Falei. - Mas e então o que aconteceu? - Perguntei direcionando minha pergunta para a enfermeira.
- Creio que você ainda não saiba né? - Ela perguntou e eu fiquei mais tensa.
- Não. 
- Você está grávida. - Eu me assustei assim como o Carter, ambos arregalamos nossos olhos e dava pra ver no monitor que meu coração disparou.
- OQUE? - Ambos perguntamos juntos e nos entreolhamos.
- Você está gravida, é isso. - Ela falou e sorriu, meu olho começou a lacrimejar assim como o do Carter. Ele olhou pra mim com um sorriso no rosto que eu nunca havia visto.
- Eu vou ser pai. - Ele falou.
- E eu vou ser mãe. - Falei em meio aos prantos mas ainda em choque.
9 meses depois...
Minha bolsa havia rompido e eu estava a caminho do hospital, pode-se dizer que para uma garota de 18 anos eu era muito jovem para ser mãe, mas eu amava aquela criança que estava pra nascer mais que tudo. Eu estava dentro do carro do Carter gritando de dor enquanto ele corria para o hospital. Quando chegamos ele correu comigo até a recepção e disse que eu estava para ganhar minha filha a qualquer momento, ah sim era uma menina, o nome? Isabelle. Fui levada as pressas para uma sala, vestiram em mim aquelas roupas de hospital e eu adentrei a sala deitada em uma cama, me deram anestesia mas mesmo assim doía muito, vi o Carter entrando na sala ele com certeza estava chorando pois seu rosto estava vermelho. pediam para mim fazer força, eu fazia o máximo que podia, até uma sensação de alívio percorrer todo o meu corpo, ali estava a minha menina. Isabelle Whitesides Reynolds. 
                                                 Epílogo
15 anos depois...
Hoje, todos os nossos melhores amigos do tempo do colegial viriam aqui pra casa, então preparei um almoço enquanto o Carter estava na piscina com a Isabelle e o Isaque enquanto a pequena Beatriz ficava no seu cercadinho dormindo enquanto os outros três brincavam. Isabelle estava com 15 anos, Isaque com 10 e Beatriz com 3 anos. Logo vi a Isabelle aparecer atrás de mim me abraçando.
- Oi mãe. - Ela me deu um beijo na minha bochecha e me lembrei que ela estava toda molhada.
- Menina, agorinha todo mundo chega e você está aí toda molhada e ainda por cima molhando a casa. 
- Relaxa mãe. - Ela riu e eu acabei sorrindo também quando me lembrei de quando eu era pequena e fazia a mesma coisa com a minha mãe.
- Filha?
- Oi? - Ela falou enquanto se enxugava ali mesmo na cozinha.
- Você e o filho da Virgínia, tem alguma coisa entre vocês? - Ela arregalou os olhos.
- É... pode se dizer que sim, talvez. - Sorri e ela subiu para seu quarto.
Quando o almoço já estava quase pronto vi que todos estavam chegando, os primeiros que chegaram foram o Jacob e a Lox, os dois haviam se casado e tinham um filho de 4 anos ruivo e com sardinhas igual a Lox mas com o sorriso do Jacob.
- Oi maninha. - Ele me deu um beijo no rosto o que me fez sorrir.
- Oi maninho. 
Depois todos foram chegando um atrás do outro. Julie, Taylor e a filha deles Melissa que ainda não tinha um ano e tinha os olhos azuis como o da mãe. Shawn e Mabi que estava grávida. Virgínia e Matthew com os filhos, Arthur de 12 anos e Luke de 15 que era por quem Isabelle estava apaixonada. Thaís e Cameron que ainda não tinham filhos, Mirella e Crawford que se casaram a pouco tempo, Micaella e Jack Johnson que tinham gêmeos de 7 anos ambos meninos. Jéssica e Jack G. que tinham uma garota de 13 anos e Nash que estava com a sua esposa Melina que haviam acabado de se casar também e Aaron que estava noivo mas não chegou a levar sua noiva pra cá.
- Enfim todos reunidos novamente. - Falei quando nos sentamos na mesa do quintal.
- Poisé maninha. - Mirella falou. Nós duas haviamos nos resolvido assim como eu me resolvi com a Micaella. 
Tudo ocorreu perfeitamente durante toda a tarde, relembramos os velhos tempos e tudo o que havia acontecido, somente as crianças não sossegavam nenhum minuto, os mais velhos ficaram dentro de casa e os outros corriam pelo quintal ou ficavam na piscina.
[...]
-Hoje foi um dos melhores dias da minha vida. - Falei depositando beijos no Carter que estava deitado ao meu lado na cama, o dia tinha sido cansativo mas foi perfeito.
- Da minha também. - Ele concordou.
- Eu me lembro de quando eu te vi pela primeira vez. - Falei. - Você estava lá com seu grupo de amigos e eu a garota sem amigos no canto dela sozinha, você ria de mim mas nem por isso eu deixava de sentir alguma coisa por você, quando eu entrei na escola você foi um dos primeiros a rir de mim.
- E eu me arrependo disso. - Ele me interrompeu. - Porque você era a mulher da minha vida.  - Sorri. - Me lembro do nosso primeiro beijo, eu te beijei porque o Christian estava te pedindo em namoro.
- Eu me lembro da primeira vez que você me chamou pelo nome. 
- Eu me lembro da nossa primeira vez.
- Eu me lembro de cada segundo do melhor ano da minha vida. - Falei.
- Você promete me amar pelo resto da sua vida?
- Prometo.
- Mesmo se eu estiver bem velhinho e todo enrugado? 
- Mesmo assim. - Ri. - Eu te amei quando você era aquela coisinha magrela estranha projeto de grilo porque eu não te amaria agora? Eu te amo hoje e te amarei por mais mil anos se for preciso. 
Podem se dizer que quando você ama uma pessoa não importa como ela é, como ela te trata mas quando você ama acabou, você nunca mais vai sentir isso por ninguém, e foi exatamente assim com o Carter. Tentei outras pessoas mas nenhuma chegou aos pés dele. Porque eu amei ele a 21 anos atrás e eu o amo hoje, e vou amá-lo para o resto da minha vida.

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