- Olá Amanda...Filha? - Um homem alto, branco e com olhos cor de mel cheios de lágrimas me perguntou.
- Sou sua filha? - respondi paralisada.
- Sim querida, posso dormir aqui hoje? Eu soube do que aconteceu sinto muito. - ele disse já olhando pra dentro.
- Tanto faz. - Me afastei da porta dando passagem à ele e fui até a sala, ele entrou e foi andando logo atrás de mim, cheguei na sala e todos os meninos estavam sentados no chão em circulo, e o Jacob estava deitado no colo da Lox encima do sofá.
- Jacob - falei abaixando a cabeça. Ele se virou e encarou meu suposto pai, ninguém se sentiu bem com a reação do Jacob muito menos eu, pois eu vi seus olhos encherem de água e as lágrimas escorrerem pelo seu rosto, ele saiu correndo e foi até seu quarto e fechou a porta.
- Desculpa... - o homem ia falando.
- Tanto faz. - revirei os olhos e voltei pro meu quarto, Carter ainda me esperava e eu estava escutando barulhos muito altos do quarto do Jacob, haviam coisas sendo quebradas, ele estava gritando e sim ele estava completamente surtado.
- O que aconteceu? - Carter me perguntou com uma expressão de preocupado.
- Nada. - Voltei pra cama e me deitei. Passadas algumas horas eu estava completamente tomada por todos aqueles pensamentos eu não estava conseguindo dormir. Os meninos já haviam ido embora, o Jacob já tinha acalmado, Carter estava dormindo como um anjo. Levantei vesti (1) fui até o banheiro e passei bastante lápis e rímel e fui saindo calmamente sem fazer nenhum barulho. Quando consegui sair pra rua uma escuridão imensa se formava, lágrimas se escorriam do meus olhos, eu estava disposta a mudar, eu não queria mais ser aquela menininha que perdeu a mãe, que anda com os meninos populares, que anda toda meiga, toda fofa, chora por tudo e é frágil, não, eu não queria mais nada disso na minha vida, porque a cada segundo eu estava me destruindo mais. Andei até um ponto da cidade e encontrei uns caras sentados em uns bancos de parque, me aproximei até eles e percebi que estavam fumando.
- Podem me dar um cigarro? - perguntei.
- Quer só o cigarro? - um cara alto me perguntou.
- Temos drogas também gata e vodka - um mais baixo sussurrou no meu ouvido.
- Quero cigarro, droga, vodka. - falei erguendo minha cabeça e olhando nos olhos de cada um. - Passa pra cá. - estendi minha mão. Eles me entregaram um cigarro, mas era um cigarro diferente, ele era mais comprido e na sua ponta era verde. - Que tipo de cigarro é esse? - perguntei ainda encarando o cigarro.
- Maconha. - Eles acenderam e então o coloquei na minha boca e puxei o ar pra dentro, segurei um pouco e logo soltei a fumaça, admito que tossi um pouco, aquele era meu primeiro cigarro. - Aqui a bebida. - Um deles me entregou e virei a garrafa na minha boca, tomando um bom gole daquilo que desceu rasgando.
- Opa vai com calma aí princesa. - O mais alto me falou dando um sorriso de lado.
- Eu tô bem. - Bebi mais um pouco e fumei também até que eu já estava completamente fora de mim.
- O que aconteceu pra uma gatinha dessas estar aqui? - Um deles me perguntou passando a mão pelo meu ombro.
- Minha mãe morreu. - Falei rindo, eu não sei o porque eu ri daquilo, mas eu ri, aquilo não era engraçado, mas eu estava fora de mim, o que eu poderia fazer? Eu já estava completamente alucinada tudo rodava, tudo tinha uma cor mais forte mais colorida, tudo se tornava mais feliz.
Carter's POV
Eu acordei no meio da noite e me virei pra ver onde a Amanda estava, e pra minha surpresa ela não estava na cama, me levantei rapidamente e fui à procura dela pela casa e nada. Peguei meu celular e tentei rastrear o celular dela. COMO ASSIM ELA NÃO TAVA EM CASA? Me vesti rapidamente, peguei as chaves do carro e fui atras dela, quando cheguei onde ela estava, me surpreendi, era um parque, com um lago logo em frente, muito lindo, porém, ela estava com uns caras muito estranhos, à encarei bem e... CARA ELA TA FUMANDO, ELA TA BEBENDO, O QUE DEU NELA, O QUE ESSES CARAS FIZERAM COM ELA? Eu estava enlouquecido e então liguei pro Cam, pro Shawn, pro Nash, pro Gilinsky, pro Matt e pro Kian ( um amigo nosso) e os esperei chegarem eu estava afim de descer e correr até ela e livra-lá de tudo aquilo mas eu não podia. Quando os meninos chegaram descemos do carro e expliquei pra eles o que estava acontecendo, então eles me acompanharam até onde ela estava, quando cheguei perto dela, ela estava rindo loucamente, ela estava feliz pelo mais incrível que pareça ou pelo menos parecia estar. Me aproximei dela e a puxei.
- O que deu em você? Enlouqueceu foi? - Falei e me espantei com o que ela falou.
- NÃO EU NÃO ENLOUQUECI, ANTES EU TIVESSE ENLOUQUECIDO, EU SÓ NÃO QUERO MAIS SER A MENININHA IDIOTA E BURRA QUE EU ERA, AQUELA GAROTINHA FRÁGIL QUE EU SEMPRE FUI, EU NÃO QUERO MAIS ESSA VIDA PRA MIM, EU NÃO QUERO MAIS VOCÊ PRA MIM CARTER, EU NÃO QUERO MAIS NENHUM DE VOCÊS NA MINHA VIDA, EU CANSEI, CANSEI DE SER HUMILHADA POR ALGUMAS MENINAS POR ANDAREM COM VOCÊS. CARTER SABE PORQUE A MICAELLA SEMPRE ME HUMILHOU? PORQUE ELA SEMPRE SOUBE QUE EU GOSTO DE VOCÊ À 6 ANOS E ELA TAMBÉM GOSTA, ENTÃO ME ESQUECE E VAI FICAR COM ELA PORQUE ELA TE MERECE MAIS DO QUE EU, ENTENDE QUE QUEM SE APROXIMA DE MIM ACABA NA PIOR, ENTÃO SE AFASTA ENQUANTO É TEMPO. MENINOS VOCÊS QUEREM SABER SE EU JÁ DORMI COM O CARTER? SIM EU JÁ DORMI, E EU CANSEI DE FICARMOS APENAS NISSO, MAS A NOVA EU NÃO SE CANSA DE TRANSAR NUNCA. - ela estava gritando e chorando, ela me empurrou - VÃO EMBORA, PORQUE EU CANSEI. - Acho que uma bala no meu peito doeria menos, porque aquilo me atingiu de uma forma sem explicação foi como se meu coração tivesse parado no momento em que ela falou aquilo tudo, a verdadeira alma da minha pequena se foi no momento em que a alma da mãe dela também se foi.
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